Por Gabriel Oliveira/GNI

A Venezuela é o país com a inflação mais alta do mundo atualmente. Apesar disso, muitos apoiam o atual presidente, Nicolás Maduro, como é o caso de Augustina Quijara, uma senhora de 90 anos, moradora de Puerto La Cruz, que também sempre apoiou o presidente anterior, Hugo Chávez. “Sempre irei apoiar Chávez, meu voto é Maduro!”, ela disse.

Segundo Allison Gonzáles, venezuelana de 29 anos que mora no Brasil, “Hugo Chávez levou para a Venezuela uma ideia que prometia revolucionar o país: o socialismo do século 21. Seria um socialismo diferente, onde a economia, política e educação seriam melhores. Anteriormente ele já havia governado o país e realmente trouxe muitas mudanças, economicamente falando. Mas isso tudo foi feito para implantar de uma vez por todas o socialismo no país”.

Gabriel Oliveira, um jovem de 18 anos do Rio de Janeiro, esteve na Venezuela durante o mês de maio e contou um pouco do que viu por lá. “É um país onde a gasolina é muito barata e a comida é muito cara. Uma pessoa às vezes precisa ficar três horas na fila de uma padaria e só tem direito a comprar três pães. Muitos chegam a passar oito horas na fila de um banco para poder sacar um valor que, muitas vezes, equivale a apenas duas passagens de ônibus”, afirmou.

O jovem também explicou que, em alguns mercados, as pessoas só podem fazer compras no dia que corresponde ao final da numeração do registro de identidade, como um sistema de rotatividade. “O salário mínimo é de um milhão de bolívares, o que corresponde a cerca de R$5. Alguns ganham um benefício de alimentação, de 1.500.000 bolívares – cerca de R$7. Muitas vezes a carne ou o frango são mais caros do que o valor desse salário mínimo. A inflação é muito alta”, disse Gabriel.

Emelly Paraguan, venezuelana e pastora da igreja Maranatha, não está muito satisfeita com o momento que está vivendo no país. “Antes podíamos comprar muitas coisas, a marca que quiséssemos de leite, sabão de lavar. Agora não, temos que comprar o que tem e não chega o tempo todo”, contou.

Ela também disse que os medicamentos sempre foram caros, mas não era impossível conseguir. Agora, quando tem, é caro demais. “Aqui em casa a provisão de Deus não falta, podemos comer em mais de 20 pessoas, precisamos somente confiar”. Emelly acredita que a chave para sempre ter é dar. “Não importa o pouco que temos, quanto mais damos, mais teremos e mais Deus multiplicará e fará render o que temos”.

Augustina, que também é conhecida como Catira, acredita que esse é o tempo da juventude fazer a diferença. “Vocês são jovens! Como Nicolás Maduro disse: “Estudem”. Vocês que tem que correr atrás, procurar a família, isso vocês tem que buscar. Façam a parte de vocês. Podem estudar, o que querem fazer? Vão querer a vagabundagem? Ficar roubando? Sejam pessoas honradas! Isso não é para mim, nem para o Maduro, é para vocês.”